Carta aberta ao Secretário-Geral da ONU
Exmo. Sr. Ban Ki-Moon
Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas
Nova Iorque, NY
Prezado Senhor Secretário
Não é possível frear as mudanças climáticas, um processo natural que afetou a humanidade através dos tempos. Geologia, Arqueologia, relatos escritos e orais da história atestam que mudanças dramáticas atingiram sociedades do passado com alterações na temperatura, precipitação, vento e outras variáveis. Nós, assim, devemos preparar as nações para que sejam mais resistentes a esta variedade de fenômenos mediante a promoção de crescimento econômico e de renda.
O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) tem cada vez mais emitido conclusões alarmantes sobre as influências humanas do CO2 produzido pelo homem, um gás não poluente que é essencial para a fotossíntese das plantas. Apesar de compreendermos as evidências que levaram os cientistas a ver o dióxido ce carbono como prejudicial, as conclusões do IPCC são tãoi inadequadas como as justificativas para políticas públicas que vão reduzir em muito a prosperidade no futuro. Em particular, não está provado que é possível alterar significativamente o clima global mediante a redução dos gases do efeito estufa emitidos pela humanidade. Mais que tudo, porque as tentativas de redução dos gases vão frear o desenvolvimento, a visão da ONU sobre a redução do dióxido de carbono é provável que leve ao aumento do sofrimento humano por mudanças climáticas futuras ao invés de uma diminuição.
O Sumário do IPCC para Formuladores de Políticas é o documento do IPCC mais aceito entre políticos e não cientistas e serve de base para maioria das definições de políticas públicas quanto ao clima. Este sumário é preparado por um grupo pequeno de pessoas e o esboço ainda é aprovado linha por linha por representantes de governos. A grande maioria dos cientistas que contribuem com o IPCC e milhares de outros pesquisadores habilitados a comentar sobre o tema não participam da formulação deste documento. O sumário, então, não pode ser visto apropriadamente como um consenso entre os especialistas.
Ao contrário do que afirma o Sumário do IPCC:
(1) Recentes observações de fenômenos como diminuição de glaciares, aumento do nível do mar e a migração de espécies sensíveis à temperatura não são provas de mudanças climáticas anormais, não tendo sido demonstrado que qualquer mudança ocorrida tenha ocorrido fora dos limites da variabilidade natural.
(2) A média de aquecimento de 0,1 a 0,2ºC por década registrada por satélites durante o final do século XX se enquadra numa taxa natural de resfriamento e aquecimento observada ao longo dos últimos dez mil anos.
(3) Cientistas proeminentes, incluindo alguns dos mais importantes pesquisadores do IPCC, reconhecem que hoje os modelos climáticos computadorizadas não conseguem prever o clima. Com base nisso, e apesar das projeções de aumento da temperatura, não houve aumento bruto da temperatura do planeta desde 1998. A estabilização da temperatura segue um período de aquecimento registrado no final do século XX que é consistente com os ciclos naturais multidecadais e milenares do clima.
(4) Em contraste com a afirmação feita repetidamente que a ciência do clima é hoje incontroversa, importantes trabalhos peer-reviewed trouxeram ainda mais dúvidas quanto à hipótese de um perigoso aquecimento induzido pelo homem. Mas porque os grupos de trabalho do IPCC foram induzidos a considerar trabalhos publicados apenas até maio de 2005, estas revelações importantes não estão incluídas nos relatórios e, assim, as conclusões do IPCC já estão desatualizadas.
A conferência do clima em Bali foi planejada para levar o mundo a um caminho de severas restrições na emissão de dióxido de carbono, ignorando as lições evidentes do fracasso do Protocolo de Kyoto, a ntaureza caótica do mercado europeu de crédito de carbono e a ineficiência das custosas iniciativas destinadas a reduzir a emissão de gases do efeito estufa. Não existe relação custo-benefício nas medidas sugeridas para reduzir o consumo de energia com o propósito de restringir as emissões de dióxido de carbono. Além disso, é irracional aplicar o “princípio da precaução” porque muitos cientistas reconhecem que tanto aquecimento como resfriamento do planeta são possibilidades realistas no futuro de médio prazo.
O foco da Organização das Nações Unidas para “combater as mudanças climáticas”, como ilustrado no relatório de 27 de novembro último do Programa de Desenvolvimento Humano da organização, está distraindo os governos da necessidade de adaptação dos países ao riscos impostos por mudanças climáticas inevitáveis, independente de sua forma. Planejamento nacional e internacional para estas mudanças é indispensável com o foco direcionado sim a assistir os cidadãos mais vulneráveis a se adaptar às condições futuras. Tentativas de se evitar uma mudança climática global são inúteis e se constituem em uma trágica má utilização dos recursos disponíveis que teriam melhor uso se fossem gastos nos problemas reais e mais graves da humanidade.
Atenciosamente,
Grupo de Cientistas , Entre eles: Ernst-Georg Beck, Freeman J. Dyson, Vicente Gray, Craig D. Idso, Sherwood B. Idso, Zbigniew Jawarowski, Marcel Leroux, Richard Lindzen, Ross McKitrick, Gart W. Paltridge, S. Fred Singer, Edward J. Wegman.
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